Certa feita, chegou na cidade um rapaz moço, com o nome de Joaquim Antunes, com ideias de começar uma criação de um tal de gado Angus, raça europeia de grande produção de carne e bem melhor que os gadinhos bichados do coronel Antonio. Chegando na pequena cidade foi logo pro bolicho perguntar em que local ficava a estancia que tinha acabado de comprar, pois queria fazer logo a sua casa e colocar o gado no pasto. O bolicheiro lhe falou que ali não era um lugar bom de se começar uma grande criação, além de contar também das historias malvadas de quem se colocava como ameaça para o coronel da cidade. Joaquim não se assustou nenhum pouco, pois como era da cidade e tinha muito dinheiro achava que coronel era coisa do passado e que podia comprar sua amizade. Coitado do Joca, não sabia onde tinha se enfiado...
Após se instalar na sua propriedade e colocar suas 150 cabeças de gado no pasto (não eram muitas, mas a qualidade da carne dos animais assustavam o temido José Antonio), o coronel foi lhe fazer uma visita, mas não era uma visita formal, de dia, com um bom chimarrão ao pé da fogueira. O coronel mandou seus 2 capataz iram até a fazendo na escuridão da noite sem lua e carnear, no campo, todas as fêmeas que o rebanho de angus possuía. Mando quem pode obedece quem tem juízo, certo?
Joaquim Antunes não gostou nada do que viu, também puderá, todas as suas matrizes mortas na invernada geravam um baita prejuízo pro novo fazendeiro da região. Como era um moço de família rica, o jovem Antunes, repôs suas fêmeas no rebanho e contratou peões, os piores que ele encontrou para lhe ajudarem. Após ter um particular com os recém chegados na fazenda, Joaquim mandou eles chegarem no centro do povoado como quem não quisessem nada...
Num final de tarde chuvoso, chegaram 4 homens que ninguém jamais tinha visto na região, todos de poncho, chapéu tapeado na nuca e molhado da chuva.O grande barulho de casco na praça da cidadezinha, fez com que os moradores saíssem na janela para ver quem estava chegando, homens, mulheres e crianças se assustavam e até se engasgavam tomando mate quando viram que os um dos 4 homens estavam com uma baita e muito bela adaga embaixo do poncho.
Pararam no bolicho pra tomar uma canha e saber mais informações sobre a região e saber quem era o tal estancieiro bem afamado da região. Assim que apearam de seus cavalos, o bolicheiro se encantou pelas suas montarias, a pelagem dos pingos eram de se tirar o chapéu, havia 3 baios e um gateado de dar inveja. Apos uma canha e um vinhos, montaram e seus cavalos e seguiram viagem quietos, o que se escutava era apenas os cascos de seus cavalos nas pedras.
Assim que se fez noite, se emprenharam um capão de mato que dava acesso a estancia do coronel José Antonio. Noite de chuva, significa que a peonada esta no galpão comendo um costilhar de ovelha e se embebedando, ótima oportunidade pra fazerem o que tinham que fazer. Deixaram apenas um ir fazer o serviço enquanto os outro vigiavam o galpão nos fundos da cada central. O homem no gateado entrou na casa pela janela aberta de um dos quartos da casa, com a sua adaga na mão e pronto! Serviço feito. Limpou sua arma no lenço que José Antonio estava usando e amarrou no soleira da janela.
Os 4 sairam da estancia do mesmo jeito que entraram, quem conseguiu ver relata que viu apenas 3 baios e 1 gateado, por que a noite estava escura e não foi possível identificar os 4 homens que mataram o temido coronel.
O povoado se fechou na mesma hora, os moradores estavam com muito medo e diziam "quem matou o poderoso coronel, só pode querer ficar no lugar dele". Todos tinham suas suspeitas mas quem ia ser o louco de abrir a boca e acabar com o mesmo destino de José Antonio?
E foi assim que aconteceu, o povoado ficou em silencio por medo!!!
Gostaram meus xucrinhos? Montei um historia baseada na musica O Silencio das Janelas do Povoado cantada por Luiz Marenco!
Espero que gostem =D
Beijos e até a próxima!!!
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